Brasil e Rússia Firmam Acordo para Avanço na Produção de Reatores Nucleares e Exploração de Urânio até 2025



Em busca de expandir o setor de energia nuclear no Brasil, o Ministério de Minas e Energia se reuniu na última segunda-feira com representantes da Rosatom, a principal empresa nuclear da Rússia. O encontro visa estabelecer parcerias que possam alavancar a produção de reatores nucleares e implementar uma política eficiente para a mineração de urânio, considerado um recurso chave para o desenvolvimento sustentável da matriz energética brasileira.

O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfatizou a posição estratégica do Brasil, que possui potencial para se tornar a terceira maior reserva de urânio do mundo. Para ele, a experiência russa neste campo pode ser decisiva para otimizar o conhecimento sobre as reservas minerais brasileiras. O foco da colaboração incluirá a fabricação de pequenos reatores nucleares, que, segundo Silveira, têm a capacidade de diminuir custos com a transmissão de energia elétrica e aumentar a segurança do fornecimento em áreas com sistemas isolados.

Durante a reunião, foi elaborada uma agenda de trabalho que deve resultar em um acordo de cooperação até o final de 2025. A expectativa é que essa colaboração não apenas traga benefícios tecnológicos, mas também favoreça o desenvolvimento econômico tanto para o Brasil quanto para a Rússia. As partes envolvidas veem um potencial de geração de 1,1 gigawatt (GW) de energia nuclear no Brasil até 2035, distribuídos entre reatores onshore e offshore.

Atualmente, o Brasil ocupa a sétima posição mundial em reservas de urânio, embora só 26% de seu subsolo tenha sido explorado. Nesse contexto, a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) iniciou atividades de extração de urânio em 2020, na Mina do Engenho, na Bahia, enquanto aguarda autorização para explorar a maior reserva do país, localizada em Santa Quitéria, Minas Gerais, cuja produção estimada é de duas mil toneladas anuais.

Além de explorar parcerias com a Rússia, o governo brasileiro também está em diálogo com instituições dos Estados Unidos, da Austrália e com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Vale destacar que, atualmente, cerca de 60 reatores nucleares estão em construção ao redor do mundo, refletindo uma tendência crescente em direção à energia nuclear como parte de soluções para as demandas energéticas globais. Na recente COP 28, 22 países se comprometeram a triplicar a geração de energia nuclear até 2050, indicando a relevância desse setor para o futuro energético do planeta.

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