Segundo dados do Ministério da Economia do México, em 2023, as exportações de veículos alcançaram impressionantes US$ 129,68 bilhões, dominadas quase que integralmente pelo mercado norte-americano. Em contrapartida, as exportações de veículos do Brasil para o México representaram apenas US$ 1,7 bilhão, correspondendo a 1,09% do total de automóveis fabricados no México. Esse cenário demonstra não apenas a dependência do mercado estadunidense, mas também uma oportunidade significativa para os dois países expandirem seu intercâmbio.
Os executivos da indústria automobilística concordam que, apesar de um histórico de colaboração, há desafios a serem superados, principalmente em relação ao protecionismo do Brasil, que poderia estar dificultando o aumento da concorrência e a entrada de produtos mexicanos no mercado brasileiro. Para além das barreiras comerciais, há um consenso sobre a necessidade de melhorar a integração entre as indústrias automotivas dos dois países.
Observadores sugerem diversas estratégias para ampliar essa colaboração. Entre elas, está a diversificação da linha de produtos ofertada, onde o Brasil, com sua especialização em veículos de menor custo, pode se beneficiar da experiência do México na fabricação de modelos mais sofisticados. Além disso, investimentos conjuntos em pesquisa e desenvolvimento podem resultar em inovações que beneficiem ambos os mercados.
A adoção de joint ventures e simplificação dos procedimentos aduaneiros também pode facilitar o fluxo de produtos entre os países, estimulando um intercâmbio mais robusto. Assim, os especialistas acreditam que, com empenho e estratégias bem definidas, Brasil e México podem realmente se posicionar como líderes na indústria automotiva da América Latina, aproveitando seu potencial inexplorado para criar uma parceria frutífera que desafie a hegemonia dos Estados Unidos no setor.