Brasil e Cuba assinam acordos de cooperação em áreas de produção de medicamentos e segurança alimentar após seis anos de paralisia nas relações bilaterais.

Brasil e Cuba assinarão acordos de cooperação em diversas áreas neste sábado, depois de aproximadamente seis anos de paralisia nas relações bilaterais. Os ministros que acompanham o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram o anúncio na sexta-feira, durante a visita do mandatário a Havana, onde participou da Cúpula do G77 e se encontrou com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

Um dos principais acordos anunciados é a retomada de um projeto de cooperação na área de saúde, iniciado em 2002 e que estava paralisado desde 2010. Brasil e Cuba voltarão a desenvolver produtos de forma conjunta, com destaque para a produção de medicamentos e remédios. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil poderá se beneficiar do conhecimento avançado de Cuba em doenças raras, enquanto o país caribenho poderá utilizar a expertise brasileira em pesquisas clínicas e produção em escala.

Outro ponto importante ressaltado pelos ministros é a retomada das relações comerciais e financeiras entre os dois países. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que, em algum momento, serão discutidas medidas em relação à dívida que Cuba tem com o Brasil. Atualmente, o Brasil só pode ajudar Cuba por meio de acordos de cooperação, devido à impossibilidade legal de o governo brasileiro financiar um país inadimplente.

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, mencionou a Embrapa como um dos instrumentos que poderão ser utilizados para ajudar Cuba a enfrentar problemas de desabastecimento de remédios, alimentos e energia. Ela também ressaltou que as relações diplomáticas entre os dois países existem desde 1906.

Além da visita a Cuba, Lula participará da Assembleia-Geral da ONU em Nova York. Durante a Cúpula do G77, espera-se que o presidente apresente reivindicações em nome das nações em desenvolvimento, como maior participação no Conselho de Segurança da ONU, renegociação de dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e mais recursos dos países ricos para o combate ao aquecimento global.

O governo brasileiro está finalizando uma lista de encontros bilaterais para Lula em Nova York, que poderá incluir o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A expectativa é que essas reuniões fortaleçam as relações do Brasil com esses países e abram espaço para novas parcerias e acordos de cooperação.

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