Brasil define novo negociador no BRICS e especialistas exigem urgência na definição de linha política para fortalecimento do bloco em meio a desafios internacionais.

O Brasil está passando por um momento decisivo em sua participação no BRICS, um bloco formado por países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que passou recentemente a contar com novos membros, como Indonésia e Irã. A recente nomeação do embaixador Maurício Carvalho Lyrio como o novo negociador-chefe (sherpa) do país no BRICS marca uma tentativa do governo brasileiro de reforçar seu compromisso com a entidade, especialmente nas vésperas de sua presidência em 2025. Lyrio substitui Eduardo Paes Saboia, que enfrentou desafios diplomáticos significativos, como a controvérsia envolvendo a entrada da Venezuela no bloco.

Com a nova função, Lyrio terá a responsabilidade não só de conduzir as negociações no BRICS, mas também de organizar a cúpula de chefes de Estado programada para ocorrer no Rio de Janeiro em julho de 2025. Essa mudança é vista por especialistas como uma resposta à necessidade de uma estratégia mais coesa e eficaz por parte do Itamaraty em relação ao BRICS. Segundo apontamentos, o Brasil deve urgentemente definir sua linha política no grupo, já que a entidade tem se tornado cada vez mais relevante no cenário internacional, especialmente em tempos de tensão geopolítica.

A política externa brasileira tem buscado explorar temas cruciais, como a desdolarização do comércio e a cooperação em áreas como inteligência artificial e combate às mudanças climáticas. A atual situação política global, com a retórica agressiva de líderes como Donald Trump, que ameaçam países que se afastam do uso do dólar, também reforça a importância do BRICS como um espaço para discussões alternativas e busca de novas soluções econômicas.

Ao assumir a presidência do BRICS, o Brasil enfatiza a necessidade de fortalecer a cooperação entre o Sul Global, um movimento que promete gerar novas oportunidades de desenvolvimento e comércio. Contudo, é essencial que o governo brasileiro articular e defina suas prioridades e estratégias de maneira clara, diferenciando seu papel no BRICS de outras responsabilidades em grupos como o G20 ou na COP-30, que ocorrerá em Belém em 2025. A falta de uma estrutura formal no BRICS, ao contrário de organizações tradicionais como a ONU, demanda flexibilidade, mas também uma abordagem estratégica que possa maximizar as vantagens do bloco no cenário internacional.

Assim, a presidência brasileira no BRICS em 2025 se apresenta como um desafio e uma oportunidade, onde a definição de diretrizes políticas claras e priorização de temas estratégicos será vital para o sucesso nas negociações e na atuação do Brasil neste importante agrupamento de nações emergentes.

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