Brasil defende BRICS como pilar para nova ordem mundial justa e sustentável, segundo Ministro Mauro Vieira em reunião no Itamaraty.



Na última terça-feira, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, enfatizou a necessidade de uma nova ordem mundial em um discurso proferido na abertura da primeira reunião de sherpas da presidência brasileira do BRICS, evento realizado no Itamaraty, em Brasília. Em suas declarações, Vieira destacou que o mundo se tornou multipolar e que o BRICS é fundamental para que essa nova estrutura de governança seja justa e sustentável.

Ao abordar os principais desafios enfrentados atualmente, o ministro mencionou o agravamento das tensões geopolíticas, o aumento das desigualdades socioeconômicas e as rápidas transformações tecnológicas e econômicas. Ele ressaltou que as instituições tradicionais têm apresentado dificuldades para se adaptar a essa nova realidade, enquanto economias emergentes clamam por um papel mais ativo nos processos decisórios que impactam a todos.

Mauro Vieira destacou que a expansão do BRICS, que agora conta com onze membros, representa cerca de metade da população mundial e 39% do PIB global, além de ser responsável por uma significativa parte da produção de energia. Este grupo internacional se faz essencial para a criação de um sistema global mais equilibrado e representativo. “Um mundo multipolar não é apenas uma realidade emergente, mas um objetivo compartilhado”, afirmou Vieira, reforçando que o BRICS integra as aspirações do Sul Global.

Em relação à ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, o chanceler brasileiro indicou que essa estrutura tem se mostrado cada vez mais limitada. Ele mencionou um aumento nas crises humanitárias e na insegurança alimentar, evidenciando a necessidade de uma resposta global mais eficaz.

No campo econômico, Vieira abordou o fenômeno da desglobalização, caracterizado por políticas protecionistas e fragmentações comerciais que aprofundam as desigualdades. Ele destacou a importância da reforma da arquitetura financeira global, defendendo um avanço em mecanismos financeiros alternativos, como o Novo Banco de Desenvolvimento, que é crucial para financiar projetos sustentáveis em países em desenvolvimento.

O discurso também incluiu uma forte ênfase em justiça climática e na necessidade de um financiamento adequado para mitigar os efeitos da mudança do clima, que afetam desproporcionalmente os países menos responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. A justiça climática, conforme ressaltou, deve ser central nas discussões internacionais para garantir que os países em desenvolvimento consigam realizar a transição para economias de baixo carbono.

Durante os dois dias de reuniões, diversas sessões temáticas foram programadas, com a participação não apenas do Ministro Mauro Vieira, mas também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, todos em busca de soluções eficazes que beneficiarão o mundo emergente e seu desenvolvimento sustentável.

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