O convite para que o Brasil participasse da Opep+ foi formalizado após a passagem de Lula pela Arábia Saudita e gerou críticas, especialmente pelo fato de acontecer simultaneamente à participação do presidente na COP28, a conferência do clima em Dubai.
“O Brasil não vai participar da Opep, vai participar da Opep+”, explicou Lula. “É que nem eu participar do G7. Eu participo do G7 desde que eu ganhei a Presidência da República. Aliás o único presidente que participou em todas reuniões do G7. É o G7+. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomarem a decisão e venho embora. Não apito nada”.
Lula justificou que a participação do Brasil na Opep+ é necessária para convencer os países petrolíferos a investir em energias renováveis, contribuindo para a descarbonização da economia mundial.
“Eu acho importante a gente participar da Opep+, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para reduzirem os combustíveis fósseis”, afirmou Lula. “E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram com petróleo e fazer investimento para que o dinheiro, que eles possam produzir os combustíveis renováveis que eles precisam, sobretudo o hidrogênio verde. Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis”.
Essa posição de Lula foi corroborada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também expressou apoio à entrada do Brasil na Opep+, desde que seja para levar o debate da economia verde para a entidade.
De acordo com a Energy Information Administration, agência de estatística do governo americano, os países da Opep+ são responsáveis pela produção de 16,5 milhões de barris de petróleo por dia, enquanto os países da Opep produzem 28,7 milhões de barris diários, liderados pela Arábia Saudita, que produz 10,4 milhões de barris diariamente. Comparativamente, o Brasil tem uma produção diária de cerca de 3,67 milhões de barris de petróleo.
A participação do Brasil na Opep+ abre espaço para o país contribuir com a promoção de debate sobre energias renováveis e descarbonização da economia global, fortalecendo a posição do país como agente promotor de mudanças positivas no cenário global.