O evento se desenrolou no contexto de um acordo pré-existente entre Brasil e Estados Unidos, que estabelecia que deportados brasileiros não poderiam desembarcar algemados em solo nacional. Este protocolo, segundo as autoridades do Itamaraty, foi claramente violado, gerando uma crítica contundente ao tratamento “degradante” sufrido pelos deportados.
No comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro não hesitou em descrever as condições enfrentadas pelos migrantes durante a viagem como “maus-tratos”. A indignação aumentou ainda mais quando o Itamaraty assinalou que a forma como a deportação foi conduzida contraria acordos bilaterais firmados anteriormente.
O encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, que está no cargo desde o dia 21 de janeiro deste ano, foi convocado para comparecer e explicar a situação. Escobar ocupa o posto temporariamente, uma vez que, até agora, o presidente dos Estados Unidos não nomeou um novo embaixador para o Brasil.
Durante uma reunião realizada na mesma data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Mauro Vieira discutiram as repercussões do caso e a necessidade de um posicionamento firme em relação a esta questão sensível. A situação levantou reflexões sobre as práticas de deportação e os direitos dos imigrantes, colocando em evidência a necessidade de arranjos diplomáticos mais robustos e respeitosos entre Brasil e Estados Unidos.
Essa convocação do governo brasileiro é um passo significativo para reafirmar seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e para questionar ações que possam comprometer a dignidade de seus cidadãos, mesmo quando em processo de deportação.