A transição para um sistema predominantemente digital está se consolidando como uma tendência mundial. Economistas argumentam que a substituição do dinheiro físico por meios de pagamento eletrônicos pode trazer numerosos benefícios, entre eles a agilidade nas transações, maior controle fiscal e segurança aprimorada contra crimes como roubo e falsificação. No entanto, o potencial fim do dinheiro físico suscita relevantes preocupações sociais e econômicas.
Uma das principais questões é o risco de exclusão de indivíduos que não têm acesso a essas novas tecnologias, especialmente aqueles em áreas mais vulneráveis ou em situações financeiras precárias. Além disso, a dependência total de sistemas digitais levanta preocupações sobre a segurança das informações e a possibilidade de apagões tecnológicos, que poderiam paralisar transações e causar transtornos consideráveis em uma sociedade cada vez mais conectada. Outro ponto de discussão é o controle que os governos podem exercer sobre as transações pessoais, que, sob a ótica da privacidade, gera debate sobre a autonomia do cidadão em um cenário de vigilância crescente.
No Brasil, o Banco Central tem se mostrado cauteloso ao afirmar que não existe uma data definida para a completa extinção do dinheiro físico. Entretanto, é inegável que o uso de papel moeda tem diminuído ao longo dos últimos anos, refletindo uma tendência inevitável de digitalização da economia. Caso o dinheiro convencional realmente desapareça, a economia informal, que abrange milhões de brasileiros, pode ser profundamente afetada, exigindo que muitos se adaptem rapidamente a novas formas de pagamento.
A digitalização promete modernizar o sistema financeiro, mas isso também demanda um esforço significativo em prol da inclusão financeira. A transição deve ser acompanhada por políticas que garantam que todos os cidadãos tenham acesso igualitário às novas tecnologias, assegurando que ninguém fique para trás nesse processo de transformação.