O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o governo brasileiro pretende reivindicar que as deportações feitas pelos EUA adotem “requisitos mínimos de dignidade e respeito aos direitos humanos”. Durante o voo de repatriação, os deportados relataram ter enfrentado maus-tratos, como a proibição do uso de banheiros e a falta de ar-condicionado na aeronave utilizada para o transporte. Esta situação precária foi desencadeada por problemas técnicos que obrigaram o avião a pousar em Manaus em vez de em Belo Horizonte, causando ainda mais desconforto aos repatriados.
As autoridades brasileiras já haviam acordado com os EUA que os deportados não seriam algemados ao desembarcar em solo nacional, um compromisso que, segundo o governo, não foi cumprido neste caso específico. Vieira ressaltou a necessidade de se trabalhar em conjunto com os EUA para que os processos de deportação e repatriação sejam realizados de forma compatível com as normas legais e com segurança.
Além disso, o governo brasileiro se esforça para evitar atritos com a nova administração do presidente Donald Trump, que está nos primeiros dias de seu segundo mandato. A abordagem será baseada no diálogo e na busca por soluções que atendam às necessidades de dignidade e respeito às vítimas desse processo.
No dia anterior, o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, foi convocado para oferecer esclarecimentos sobre a situação. O incidente reafirma a importância de uma comunicação clara e respeitosa entre os países, especialmente em questões sensíveis como a deportação de cidadãos e o tratamento a que eles são submetidos durante o processo. A repercussão da chegada dos deportados em Manaus destaca as fragilidades do sistema de repatriação e as necessidades de ajustes nas práticas atuais.