A vinda do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil em novembro próximo, durante a cúpula do G20, tem gerado expectativa sobre possíveis acordos entre os dois países. No entanto, Amorim sublinhou que a proposta do Brasil é elevar o relacionamento com a China a um novo nível, priorizando um diálogo construtivo que não envolva a assinatura de um “contrato de adesão”, mas sim o desenvolvimento de projetos conjuntos em áreas que vão além da infraestrutura, englobando setores como energia solar e veículos híbridos ou elétricos.
A perspectiva de colaboração com a China também poderia beneficiar outras nações da América do Sul, ampliando a rede de investimentos e parcerias no continente. Amorim destacou a importância de diversificar os laços comerciais do Brasil, evitando a dependência de um único parceiro econômico, o que é crucial em um ambiente global em constante mudança. Para ele, os acordos deverão ser baseados nas necessidades e prioridades brasileiras, com uma ênfase na produção e insumos locais.
Entretanto, a aproximação do Brasil com a China não tem sido vista com bons olhos por todos. Os Estados Unidos, através de sua representante de Comércio, Katherine Tai, expressaram preocupações sobre a possibilidade de o Brasil se unir à Iniciativa do Cinturão e Rota. Tai recomendou cautela, o que gerou uma reação rápida da diplomacia chinesa, que afirmou a soberania do Brasil nas suas decisões. Com esse cenário, o Brasil se vê em uma encruzilhada, onde a busca por benefícios econômicos deve ser equilibrada com a necessidade de manter a sua autonomia política e comercial.