Segundo a declaração de Tarcísio, interceptações telefônicas por serviços de inteligência teriam revelado que a facção orientou familiares de apoiadores a votarem em Boulos, uma alegação que Boulos qualificou como “uma vergonha”. O candidato tomou ciência da declaração enquanto acompanhava sua avó em seu local de votação na Avenida Paulista. Em sua resposta, Boulos não hesitou em criticar a postura do governador, identificando-a como uma tentativa de manipulação política durante um momento crucial para a democracia.
Na ação protocolada, Boulos solicitou investigação judicial eleitoral na busca de apurar abuso de poder político e uso inadequado de veículos de comunicação por Tarcísio, Ricardo Nunes, candidato a prefeito pelo MDB, e seu vice, Mello Araújo. O foco da investigação é claro: a possível tentativa de Tarcísio de influenciar o resultado da eleição por meio de declarações enganosas em um dia de votação, um ato que Boulos considera inédito e gravíssimo em São Paulo.
Além de pedir a apuração dos fatos, a ação de Boulos requer a cassação do registro ou diploma dos candidatos mencionados e a declaração de inelegibilidade por oito anos para Tarcísio, Nunes e Araújo. O texto da ação destaca que a utilização da máquina pública para interferir no resultado eleitoral, especialmente em um dia tão significativo, não pode ser tolerada e fere os preceitos democráticos fundamentais.
Assim, a disputa pela prefeitura de São Paulo se torna não apenas uma luta por votos, mas também uma batalha legal que poderá reverberar de forma significativa na política local, levantando questões sobre o uso do poder e a ética na comunicação pública.