Em sua fala, Bolsonaro enfatizou o desejo de “esclarecer todos os assuntos” relacionados a essa questão e assegurar que sindicatos e associações envolvidos nos descontos injustos devolvam os valores aos aposentados. “Queremos na CPMI, que o PT não assinou, esclarecer todos os assuntos e mais ainda, cobrar de sindicatos e associações cada centavo surrupiado dos inativos e pensionistas”, declarou o ex-presidente de forma contundente.
A problemática dos descontos indevidos tomou proporções alarmantes. Revelações recentes indicam que as organizações se beneficiaram com a arrecadação, que saltou para R$ 2 bilhões em um único ano, enquanto enfrentam dezenas de processos relacionados a fraudes em filiações. A gravidade da situação levou a Polícia Federal a abrir uma investigação, que foi alimentada por uma série de reportagens do portal de notícias que desgastou as entidades envolvidas.
No vídeo, um aposentado aparece indignado com a situação, reforçando a mensagem de Bolsonaro de que os beneficiários não merecem esse tipo de tratamento. O ex-presidente fez questão de destacar a posição do Partido dos Trabalhadores (PT), que se mostrou contra a implementação da CPMI, exceto pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), que assinou o requerimento para sua criação.
Bolsonaro, que continua a fomentar o debate sobre a proteção dos direitos dos aposentados, ressaltou a gravidade da fraude, referindo-se a ela como um “crime inaceitável, de crueldade imensa” contra aqueles que contribuíram para a construção do país.
O clima de apreensão em torno do tema aumentou após a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal, uma ação que resultou em 211 mandados de busca e apreensão, além de seis prisões temporárias. As perdas estimadas em decorrência dos descontos indevidos podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
Recentemente, o governo federal anunciou o início do processo de devolução dos valores descontados dos aposentados, com um total inicial de R$ 292 milhões a serem retornados junto ao pagamento regular dos benefícios, programados para ocorrer entre os dias 26 de maio e 6 de junho. A medida reflete um esforço do Estado em restaurar a confiança e garantir direitos a uma parcela da população que já se encontra vulnerável.