Bolsonaro enfatizou sua falta de esperança em escapar das consequências legais: “Eu, com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum… Vou morrer na cadeia”. Ele ressaltou que não tem a intenção de deixar o país e desafiou: “Me prendam. Está previsto 40 anos de cadeia”. O ex-presidente também mencionou sua recente cirurgia complicada, que o deixou em um estado de saúde vulnerável.
As acusações que pesam sobre Bolsonaro incluem organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de outros crimes relacionados a atos de violência e dano ao patrimônio da União. Caso as condenações se concretizem, ele pode enfrentar mais de 40 anos de prisão. Em sua defesa, Bolsonaro tentou minimizar a gravidade das acusações, descrevendo-as como um “golpe da Disney”, alegando que estava nos Estados Unidos durante os eventos de 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques em Brasília.
Os ministros do STF, Cristiano Zanin e Flávio Dino, durante o julgamento de março que o tornou réu, afirmaram que a presença física durante os eventos não é um requisito necessário para configurar a responsabilidade de Bolsonaro no episódio.
Politicamente, o ex-presidente planeja retomar suas atividades na próxima semana em Fortaleza, após um período prolongado de internação resultante de sua cirurgia de desobstrução intestinal. Sua primeira aparição pública após a liberação do hospital ocorreu no início deste mês, quando ele participou de um ato em prol de anistia, desafiando as recomendações médicas que indicavam a necessidade de evitar aglomerações.