O ato teve discursos com ataques ao que chamaram de abuso de autoridade do Poder Judiciário e pressão para que os senadores, que vão sabatinar Dino nesta semana, votem contrariamente à indicação. Faixas penduradas em um carro de som afirmavam: “Senador que vota em comunista vota contra o Brasil e contra a liberdade”. Além disso, os apoiadores apelaram para o medo ao afirmar nos discursos que a indicação de Dino significaria “a legalização do aborto, a censura e a perseguição aos patriotas conservadores”.
Em Brasília, o ato na Esplanada dos Ministérios ocorreu pela manhã, sob um sol forte e temperatura ao redor de 30 graus. A quantidade de manifestantes foi visivelmente menor que em convocações do ano passado. Diferentes parlamentares discursaram contra Dino, Lula e a primeira-dama, Janja, incluindo senadores e deputados que se pronunciaram veementemente contra a indicação.
O ato sofreu desfalque de alguns nomes da direita paulista que foram a Buenos Aires com Bolsonaro para acompanhar a posse do presidente argentino Javier Milei. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, ao menos 50 policiais trabalharam na manifestação, formando um cordão para impedir acesso ao Congresso Nacional.
A indicação de Flávio Dino ao STF foi definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de novembro, com apoio de ministros da Corte, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. A vaga no STF estava aberta desde o dia 29 de setembro. Conforme os apoiadores de Bolsonaro, a presença de Dino no Supremo significaria uma ameaça a valores conservadores e à liberdade individual. A pressão nos senadores para votarem contra a indicação promete esquentar os debates políticos nos próximos dias.
