De acordo com Maykon Goline, ex-aluno e atual professor da escola, a resposta é afirmativa. Goline destaca que o Bolshoi no Brasil adota o método Vaganova, o mesmo utilizado na Rússia, além de contar com professores treinados diretamente por mestres russos. Esse método, criado por Agrippina Vaganova no início do século XX, é reconhecido pela forma como desenvolve a técnica e a expressividade dos bailarinos, combinando influências italianas e francesas.
Goline, que fez parte da primeira turma da filial brasileira em 2000, ressalta que a exigência e o rigor acadêmico na escola no Brasil são equivalentes aos da matriz russa. O processo seletivo da instituição é rigoroso, com testes físicos e artísticos que visam selecionar os candidatos mais preparados.
Uma diferença importante entre as duas escolas, porém, está na diversidade física dos alunos. Enquanto na Rússia o perfil dos bailarinos é mais homogêneo, no Brasil a variedade de biotipos desafia e enriquece a aplicação do método Vaganova, segundo Goline.
Além disso, o contexto cultural brasileiro, ainda em busca de maior reconhecimento e apoio financeiro para a arte, destaca o papel social do Bolshoi, que oferece bolsas de estudo e impacta a comunidade local de forma significativa. Essa vertente social não é tão presente na matriz russa, ressaltando a importância da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil para a transformação social.
O Bolshoi no Brasil, considerado uma das maiores escolas de balé do país, é frequentemente comparado à sua unidade russa em termos de metodologia rigorosa e prestígio internacional. Para Wagner Carvalho, solista do teatro Bolshoi da Rússia, a formação oferecida no Brasil é equiparável ao padrão russo, destacando o alto nível de ensino e a presença de um corpo pedagógico altamente capacitado. Para Carvalho, a qualidade do ensino no Bolshoi brasileiro é uma marca registrada, proporcionando uma estrutura completa que apoia os alunos em sua jornada profissional.
Além disso, Carvalho enfatiza que a formação no Brasil é um trampolim para carreiras internacionais, com muitos colegas recém-formados alcançando sucesso em grandes teatros ao redor do mundo. Sua própria trajetória profissional, após oito anos em Kazan, na Rússia, mostra que a dedicação e o esforço são fundamentais para alcançar o prestígio do Bolshoi russo. A formação no Bolshoi brasileiro, segundo Carvalho, não perde em nada para a versão original, representando o mais alto nível de educação.
Em resumo, tanto a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil quanto a matriz russa se destacam por oferecer formação de excelência e preparar seus alunos para uma carreira de sucesso no mundo do balé. A qualidade do ensino, a metodologia rigorosa e o apoio integral aos alunos elevam o prestígio dessas instituições no cenário artístico internacional.









