Especificamente, a chancelaria boliviana destacou que os bloqueios de estradas, particularmente nas rotas conectando o leste ao oeste do país, têm causado dificuldades no abastecimento de alimentos, combustíveis e medicamentos, além de comprometer a mobilidade da população. Até o momento, cerca de 14 policiais reportaram ferimentos devido a confrontos com grupos que supostamente estão ligados a Morales, conforme informações oficiais.
Esses protestos tiveram início em 14 de outubro e estão relacionados a uma investigação reaberta pelo Ministério Público sobre um caso de tráfico de pessoas e estupro que remonta a 2016. O governo atual, liderado pelo presidente Luis Arce, que foi ministro da Economia durante o mandato de Morales, está em uma posição delicada, pois enfrenta uma oposição interna crescente que busca contestar suas políticas e mesmo sua legitimidade.
O governo de Arce, que já enfrentou desafios significativos desde sua posse em 2020, tenta agora aliviar a situação da população por meio do fornecimento de suprimentos e do desbloqueio das vias. Em sua declaração, o Ministério das Relações Exteriores não apenas condenou as ações de Morales, mas também fez um apelo à comunidade internacional, solicitando vigilância sobre o que considera uma ameaça à democracia boliviana. Essa situação reflete um cenário político cada vez mais fragmentado na Bolívia, onde as tensões entre ex-aliados se transformaram em disputas abertas por controle e influência no futuro político do país, especialmente em vista das eleições gerais de 2025.