Biden fez a declaração em um contexto simbólico, vinculado à concessão do Prêmio Nobel da Paz à organização japonesa que representa os sobreviventes dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Apesar de reconhecer o sofrimento das vítimas, Biden não mencionou o histórico dos Estados Unidos em relação a esses eventos, que, para muitos, permanece uma mancha significativa na história do país.
Além disso, analistas criticam a contradição da estratégia norte-americana, que, por um lado, prega a diplomacia em busca de redução de armamentos nucleares e, por outro, continua a aperfeiçoar sua tríade nuclear, a qual inclui mísseis lançados por terra, ar e submarinos. A administração Biden tem expressado a intenção de estender o Tratado de Redução de Armas Estratégicas, conhecido como Novo START, com a Rússia, que está previsto para expirar em fevereiro de 2026. No entanto, a posição da Rússia sobre as negociações permanece firme, condicionando qualquer diálogo a mudanças na política dos Estados Unidos em relação ao país.
Enquanto isso, os EUA continuam a apoiar militarmente a Ucrânia em seu conflito com a Rússia, o que complica ainda mais as dinâmicas de poder e segurança global. O fortalecimento da presença militar americana na Europa e a introdução de novas tecnologias de armamentos também são fontes de tensão, refletindo a complexidade do panorama de segurança atual. A luta por um mundo livre de armas nucleares, portanto, se entrelaça com políticas que seguem a lógica da dissuasão e do fortalecimento militar, criando um cenário paradoxal e desafiador para o futuro da paz mundial.