O projeto, definido no relatório intitulado “Visão Estratégica 2025”, propõe um aumento do efetivo das Forças Armadas em até 33% até 2034, além de triplicar o número de civis envolvidos na defesa. Para materializar estas ambições, o governo belga estabeleceu um compromisso de elevar os gastos com defesa para 2% do seu produto interno bruto (PIB) a partir de 2025, com a possibilidade de aumentar essa margem para 2,5% e até 3,5% em etapas futuras. Este passo é visto como essencial para restaurar a credibilidade diplomática da Bélgica e sua posição no cenário internacional.
Entre as prioridades destacadas no plano está a operacionalização da brigada média motorizada, o fortalecimento das capacidades de combate aéreo e marítimo, além do desenvolvimento de um sistema de defesas em camadas. A Bélgica espera adquirir 11 novos caças F-35, complementando uma encomenda anterior de 34 unidades, o que deve fortalecer a resposta do país a ameaças contemporâneas, como drones e mísseis hipersônicos.
O investimento total planejado pode exceder € 21 bilhões (cerca de R$ 138 bilhões) até 2034, proporcionando recursos significativos para a modernização das forças terrestres e navais. No setor terrestre, cerca de € 13,9 bilhões estão destinados a aprimorar as capacidades motoras da brigada média, que será composta por 7.800 militares e 2.700 veículos, com plena operacionalidade esperada até 2030.
Além disso, iniciativas de colaborações internacionais estão sendo fomentadas, como a cooperação com Luxemburgo para contribuições militares à OTAN. No plano naval, a inclusão de uma nova fragata de combate e a aquisição de drones modernos, como o MQ-9B SkyGuardian, complementam os esforços da Bélgica em assegurar sua defesa.
Com um cenário de crescente tensão global, o relatório enfatiza a necessidade de uma própria autonomia europeia em defesa, especialmente com os Estados Unidos reposicionando suas prioridades estratégicas. Este movimento leva a Bélgica a defender a criação de uma estrutura de defesa europeia robusta, em resposta ao que muitos consideram uma crescente ameaça russa, revelando um novo capítulo no aprimoramento da segurança nacional e regional na Europa.