Bancos públicos devem crescer mais forte que privados em 2024, impulsionados por crédito imobiliário e agrícola


Os bancos públicos devem continuar a crescer mais forte que os pares privados em 2024, de acordo com as previsões de mercado. De acordo com analistas financeiros, tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Federal (CEF) sustentaram um aumento de dois dígitos nas carteiras de crédito ao longo de 2023 e devem manter uma expansão mais forte graças ao perfil dos negócios em que atuam e ao maior conservadorismo dos pares do setor privado.

Nos primeiros nove meses do ano, a carteira da Caixa cresceu 11,4% em relação ao mesmo período de 2022, atingindo R$ 1,091 trilhão. Já o Banco do Brasil registrou uma expansão de 10%, chegando a R$ 1,066 trilhão. Em comparação, o Itaú Unibanco, que também tem mais de R$ 1 trilhão em operações, cresceu apenas 5,7% no mesmo intervalo de tempo.

O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano, afirmou que acredita que no primeiro semestre, o ‘WO’ deve continuar, pelo menos em linhas direcionadas, e o mercado deve vir com mais parcimônia que nós. Esse comportamento está alinhado com a previsão de que o mercado tende a crescer mais no próximo ano, ainda que de forma mais tímida que no período da pandemia, de acordo com o vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince.

A manutenção do apetite de Caixa e BB ao longo do ano vem de alguns fatores. Primeiro, os dois bancos têm como principais carteiras dois mercados que têm garantias e inadimplência mais baixa – o imobiliário e o agrícola. Nos bancos privados, há uma maior presença de linhas de financiamento ao consumo, que têm maior risco. Matheus Amaral, analista do Inter, explicou que a liderança dos dois bancos nessas linhas ajuda a explicar porque eles mantiveram o apetite enquanto os bancos privados restringiram as torneiras.

Os bancos públicos estão em uma posição melhor em relação a capital, que continua a ser acima dos pares privados, e esse é um fator que auxilia nesse crescimento, de acordo com o vice-presidente e analista sênior da Moody, Alexandre Albuquerque. Outro ponto positivo, segundo ele, é o acesso a fontes de financiamento baratas – a poupança, no caso da Caixa, e depósitos à vista e judiciais, no caso do BB.

Brasiliano, da Caixa, ressaltou que, em momentos de juros altos, os bancos privados tendem a reduzir as concessões em carteiras como a do crédito imobiliário, que tem um prazo longo e margens mais baixas. Por outro lado, o vice de Controles e Riscos do BB afirmou que o banco concentrou o crescimento em linhas mais rentáveis, com melhor retorno ajustado ao risco e que estavam crescendo.

Em resumo, a previsão de crescimento mais forte para os bancos públicos em 2024 está embasada no desempenho excepcional das carteiras de crédito da Caixa e do Banco do Brasil ao longo de 2023, bem como na expectativa de um cenário favorável para o setor no próximo ano, favorecendo essas instituições em detrimento dos bancos privados.

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