A Operação Compliance Zero está centrada em investigações sobre crimes financeiros que envolvem o Banco Master, instituição que teve sua liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central (BC). As acusações indicam que o Banco Master teria criado carteiras de crédito fraudulentas, englobando empréstimos que não existiam ou que não possuíam garantias, as quais foram posteriormente comercializadas a outras instituições financeiras, incluindo o BRB.
Essas carteiras de crédito operam como ativos que são negociados entre bancos, mas é fundamental que passem por uma auditoria e verificação adequadas antes de serem adquiridas. As investigações sugerem que o Banco Master inflacionou seus resultados fiscais ao transferir carteiras sem lastro, o que levanta sérias questões sobre a integridade das transações realizadas.
No comunicado oficial, o BRB enfatizou que a auditoria externa será crucial para esclarecer os fatos relatados pela PF. Os pontos de investigação incluirão a aquisição das carteiras de crédito do Banco Master, os processos internos que o BRB utilizou para aprovar essas transações e eventuais falhas na governança ou nos controles internos da instituição. O BRB reiterou, ainda, seu compromisso com a transparência e a comunicação aberta, prometendo manter acionistas e investidores atualizados sobre o andamento das investigações.
Desde 2024, o BRB vinha adquirindo algumas dessas carteiras do Banco Master, e a Operação da PF busca determinar se o banco público foi uma vítima nas operações ou se houve falha na análise dos ativos. Em setembro, o BC já havia barrado a tentativa de aquisição do Banco Master pelo BRB, alegando que o banco do governo local não tinha condições de absorver a estrutura de capital da instituição privada, embora as investigações sobre transações anteriores estejam em andamento.
Recentemente, a operação resultou na prisão do proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, e de outros indivíduos, além do afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, por um período de 60 dias. Essa ação judicial foi motivada por sua participação nas decisões relacionadas à compra dos ativos do Banco Master, levando a Justiça a concluir que sua presença no cargo poderia comprometer o progresso das investigações.









