Russolo explicou que as taxas de câmbio tiveram um impacto significativo devido à grande reserva em moeda estrangeira que o Brasil possui, estimada em US$ 355 bilhões. Essa reserva é convertida em reais no momento do balanço do Banco Central, o que influencia diretamente no resultado final apresentado.
O resultado negativo do BC foi de R$ 114,2 bilhões em 2023, sendo que R$ 111,2 bilhões desse montante precisarão ser cobertos pelo Tesouro Nacional. Segundo o chefe do departamento, a cobertura desse valor será realizada no início de 2025, conforme as disposições da legislação que regula a relação entre o órgão federal e a autoridade monetária.
Além disso, o CMN aprovou um passivo de R$ 1,039 bilhão no balanço do BC, referente à provisão do Benefício Especial destinado aos servidores públicos que migraram para o Regime de Previdência Complementar antes de 4 de fevereiro de 2013. Embora a obrigação de calcular esse passivo existisse desde a primeira migração de servidores, somente em 2023 o Banco Central conseguiu estabelecer uma metodologia adequada para o cálculo e passou a reconhecer o valor no balanço financeiro.
Diante desses números, fica clara a importância de uma gestão financeira criteriosa por parte do Banco Central, especialmente diante de fatores externos como as taxas de câmbio que podem impactar diretamente nas finanças da instituição.