O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, havia afirmado anteriormente que a instituição estava pronta para intervir no mercado de câmbio, caso fosse necessário. A decisão veio após o estresse no início de agosto, quando a moeda americana chegou a bater R$ 5,74. O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, que foi indicado presidência do BC pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, também reforçou que a autoridade monetária esteve próxima de intervir durante esse período.
Analistas acreditam que essa intervenção é uma forma de evitar que a saída de dólares por conta do rebalanceamento do fundo americano EWZ cause distorções no mercado cambial. Além disso, a preocupação com o vencimento de contrato futuro e a formação da ptax também podem estar entre os motivos que levaram o BC a agir.
A recente valorização do dólar foi atribuída a dados fortes da economia dos EUA, que desautorizaram expectativas de um corte mais agressivo de juros pelo Fed em setembro. A indicação de Galípolo para a presidência do BC e um possível ciclo de aperto monetário também contribuíram para a incerteza no mercado.
Com a intervenção do BC, o mercado financeiro fica atento aos próximos movimentos do Comitê de Política Monetária (Copom) e às repercussões dessa ação. O BC reitera que atua no mercado apenas em casos de disfuncionalidades, e não com o objetivo de definir um nível para o dólar ou combater aumentos da taxa de câmbio. Após essa operação, resta aguardar os desdobramentos e os impactos no mercado financeiro.