O declínio cognitivo, caracterizado pela redução das funções cerebrais, como memória, linguagem e raciocínio, é comum após os 50 anos, mas pode ser agravado por alguns fatores. Outros fatores de risco apontados no estudo realizado com apoio do Instituto Serrapilheira incluem sintomas de saúde mental, falta de atividade física, tabagismo e isolamento social.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores utilizaram inteligência artificial e machine learning para analisar dados de mais de 41 mil pessoas de países da América Latina, incluindo Brasil, Colômbia, Equador, Uruguai e Chile. No recorte nacional, foram avaliados os dados de 9.412 participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil).
Segundo Zimmer, a escolha pela análise da relação entre educação e declínio cognitivo foi motivada pela realidade social e econômica distinta do Sul global, em comparação com estudos realizados na América do Norte e Europa. O pesquisador explica que a educação formal estimula o cérebro, construindo uma “reserva cognitiva” que pode ajudar a minimizar os efeitos do envelhecimento.
Além da escolaridade, outras formas de estimulação cognitiva, como leitura, prática de exercícios que desafiem a cognição e aprendizado de novas habilidades, podem trazer benefícios para a saúde cerebral. Zimmer destaca a importância de desenvolver políticas públicas específicas para a população brasileira, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida para os idosos e prevenir o declínio cognitivo.