O curioso apelido “Maritaca” estava visivelmente fixado na fuselagem, logo abaixo da bandeira do Brasil e na parte inferior da janela do piloto. Esse detalhe foi registrado em diversas fotos e vídeos tanto por entusiastas quanto por sites especializados em aviação, mostrando o ATR-72 em operação pela Voepass antes do fatídico acidente.
Fabricado em 2010 pela Avions de Transport Régional, uma companhia franco-italiana, o ATR-72 pertencia à empresa Nordic Aviation Capital. Em setembro de 2022, a Voepass começou a operar a aeronave através de um contrato de leasing. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava com toda a documentação em dia e apta para operar, o que afasta, num primeiro momento, questões relacionadas à manutenção e legalidade do voo.
Especialistas em aviação revelaram que há mais de 2 mil aeronaves do mesmo modelo em operação ao redor do mundo, o que coloca o ATR-72 como uma aeronave amplamente utilizada e confiável sob condições normais de operação.
A investigação sobre as causas do acidente está a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão pertencente à Força Aérea Brasileira (FAB). As causas ainda não foram determinadas, mas uma das principais hipóteses levantadas por especialistas até o momento é uma possível perda de sustentação da aeronave, fenômeno também conhecido como “estol”. Sugere-se que o acúmulo de gelo severo nas asas, provocado pelas condições climáticas adversas na região no dia do acidente, pode ter desempenhado um papel crucial.
A análise das circunstâncias que levaram ao trágico desfecho é fundamental não só para elucidar o que ocorreu, mas também para proporcionar segurança futura e medidas preventivas. A tragédia com o ATR-72 “Maritaca” reforça a importância de contínuos e rigorosos protocolos de segurança aérea em todas as etapas de voo.