Duggan, agora com 56 anos e cidadão australiano, enfrentará acusações graves nos EUA, que podem resultar em uma sentença de até 60 anos de prisão, caso seja considerado culpado. Desde sua prisão, a defesa de Duggan tem contestado os procedimentos legais, argumentando que ele foi atraído ilegalmente da China pelas autoridades australianas para ser extraditado. Com a decisão do procurador-geral da Austrália, Mark Dreyfus, a extradição deve ocorrer dentro de dois meses, a menos que uma moção de revisão seja solicitada.
O ex-piloto, que deixou as Forças Armadas dos EUA após uma década de serviço, fundou a empresa Top Gun Tasmania, oferecendo experiências de voo de caça para turistas. No entanto, sua mudança para a China em 2014 e seu subsequente envolvimento com o treinamento de pilotos levantaram preocupações entre os governos dos EUA e do Reino Unido. As autoridades acreditam que seu trabalho poderia ter contribuído para fortalecer a capacidade militar chinesa, contexto que intensificou a vigilância e o ceticismo em relação às atividades de ex-militares em nações como a China.
Duggan é pai de seis filhos e sua situação destaca as tensões envolvidas não apenas nas relações entre Estados Unidos e China, mas também as complexidades da cidadania e das leis de extradição em um mundo globalizado. O resultado deste caso poderá ter repercussões significativas para ex-militares que atuam ou moram num cenário internacional cada vez mais conflituoso.