Aumento de quase 50% nos casos de feminicídio e tentativa no Rio de Janeiro no início de 2024, aponta Instituto de Segurança Pública.


No estado do Rio de Janeiro, os registros de feminicídio e tentativa de feminicídio apresentaram um aumento preocupante nos dois primeiros meses do ano. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, houve um aumento de quase 48% nesse tipo de crime em relação ao mesmo período do ano anterior.

No total, 16 mulheres foram vítimas de feminicídio nos meses de janeiro e fevereiro de 2023. Já em 2024, esse número subiu para 20 casos, representando um aumento de 20%. Além disso, as tentativas de feminicídio passaram de 53 para 82 nos primeiros dois meses deste ano.

O mês de fevereiro de 2024 se destacou como o período com o maior número de tentativas de feminicídio desde 2018, com 47 ocorrências. Anteriormente, o recorde pertencia a março de 2019, com 42 registros.

Situações de extrema crueldade também foram registradas recentemente. Na semana passada, duas mulheres tiveram seus corpos incendiados, uma delas em uma estação de trem na capital, vindo a falecer dois dias depois. No último domingo, uma mulher foi encontrada morta em sua casa na comunidade do Jacarezinho, com ferimentos de machadinha. Em todos os casos, os principais suspeitos são companheiros ou ex-companheiros das vítimas.

Especialistas apontam que os números podem ser ainda maiores, considerando que o conceito de feminicídio não deveria estar restrito apenas às situações de violência doméstica e familiar. A atual situação do país, com um ambiente propício a discursos de ódio e uma masculinidade tóxica amplificada no ambiente virtual, contribui para a persistência desse padrão de discriminação contra as mulheres.

Diante desse cenário alarmante, a coordenadora do Observatório Latino-americano de Justiça em Feminicídio e do Grupo de Pesquisa sobre Violência de Gênero da UFRJ, Cristiane Brandão, ressalta a necessidade de ações em diversas esferas para enfrentar a violência contra as mulheres. O governo do Rio de Janeiro também se manifestou, destacando a prioridade no combate à violência contra a mulher e citando medidas como as Delegacias de Atendimento à Mulher e os Núcleos Integrados de Atendimento à Mulher.

Diante do aumento dos casos de feminicídio e tentativas de feminicídio, fica evidente a urgência em implementar medidas efetivas para proteger as mulheres e combater a violência de gênero no estado do Rio de Janeiro. A conscientização e ações concretas são essenciais para garantir a segurança e a integridade das mulheres.

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