Uma novidade significativa deste ano está na participação dos eleitores mais jovens, especificamente aqueles com idades entre 16 e 17 anos. O TSE registrou um aumento de 52,6% no número de eleitores desta faixa etária em comparação com a eleição anterior. Em 2020, São Paulo contava com 18.341 jovens aptos a votar, número que saltou para 28.003 em 2024. Apesar do crescimento, esses eleitores representam apenas 0,3% dos quase 10 milhões de votantes na cidade. Em nível nacional, 1,83 milhão de jovens poderão votar este ano.
A análise detalhada revela um aumento expressivo entre os eleitores de 16 anos, cujo número passou de 1.968 em 2020 para 7.506 em 2024, resultando num crescimento de 281%. Já entre os jovens de 17 anos, o crescimento foi mais moderado, subindo de 16.373 para 20.497, um incremento de 25%.
As estratégias do TSE para incentivar o voto entre os jovens, como a Semana do Jovem Eleitor, mostraram-se eficazes. Nos dois primeiros meses de 2024, mais de 417 mil jovens de 15 a 17 anos emitiram o título eleitoral, e 116 mil foram alistados entre o segundo e o terceiro mês do ano. Em 2020, esse número era substancialmente menor, totalizando apenas 46 mil no mesmo período.
Entre as faixas etárias, eleitores de 45 a 59 anos constituem o grupo mais representativo em São Paulo, representando 26% do total. Seguem as faixas de 35 a 44 anos e de 25 a 34 anos, com 20,5% e 18,8% do eleitorado, respectivamente. Eleitores com mais de 60 anos somam mais de 2,27 milhões, representando 24,3% do total.
Um dado significativo é o crescimento do número de eleitores com ensino superior completo, que pela primeira vez superou aqueles com ensino fundamental incompleto. Em 2024, eleitores com ensino superior correspondem a 16,4% do total, enquanto aqueles com ensino fundamental incompleto caíram para 16%. A maioria absoluta dos eleitores, no entanto, possuem ensino médio completo, somando 29,2%.
Outro ponto interessante é o aumento nas solicitações para tratamento pelo nome social, que chegou a 4.055 em 2024, um crescimento de 300% em relação a 2020. Este aumento reflete a inclusão de pessoas trans e travestis no processo eleitoral. São Paulo lidera em números absolutos essa solicitação, seguindo-se Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e Curitiba.
A análise dos perfis eleitorais deve considerar as diferenças regionais dentro da própria cidade, como ressalta a cientista política Denilde Holzhacker. Segundo ela, questões ideológicas continuarão a ser centrais nas próximas eleições, embora os temas locais, como segurança pública, também tenham grande impacto. Em 2020, Guilherme Boulos (PSOL) teve forte desempenho nas zonas sul e leste da cidade, enquanto Bruno Covas (PSDB) dominou as outras áreas, vencendo a disputa.
As preocupações dos eleitores refletem essa diversificação temática, com segurança sendo apontada como o problema mais grave por 29% dos entrevistados em uma pesquisa recente. Outros temas importantes incluem saúde, educação e transporte público, mas não superam a preocupação com a segurança na capital paulista.