A CNI classificou o aumento da Selic como a “crônica de uma morte anunciada”, destacando que a continuidade do ciclo de alta dos juros poderia prejudicar os esforços em curso na política fiscal e na atividade econômica. A entidade alerta para os efeitos negativos que a elevação da taxa de juros poderia trazer para a criação de empregos e a geração de renda no país.
Na reunião do Copom, que acontece nesta quarta-feira, será anunciada a decisão sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é de mais uma elevação dos juros, com um aumento de um ponto porcentual, levando a taxa para 13,25% ao ano, conforme apontam as Projeções Broadcast.
A CNI ressalta que o aumento da taxa de juros poderia impactar negativamente o setor industrial, levando as empresas a adiarem investimentos essenciais para modernização e expansão da produção. Além disso, a entidade destaca que a desaceleração do impulso fiscal desde o segundo semestre de 2024 já vem afetando a economia, com queda dos gastos federais e redução da confiança dos empresários.
A entidade também alerta para o impacto do aumento dos juros no custo da dívida pública, destacando que a cada ponto porcentual de alta da Selic, o custo da dívida bruta federal aumentaria em R$ 50 bilhões. O cenário de perda de ritmo da atividade econômica e a queda na confiança dos empresários industriais são reflexos diretos das altas nos juros, segundo a CNI.
Em meio a esse cenário desafiador, a entidade enfatiza que o aumento da taxa de juros torna o crédito mais caro e acaba sendo um obstáculo para a execução de projetos e o aproveitamento de oportunidades de crescimento econômico. Com a expectativa de mais uma elevação da Selic, resta acompanhar de perto os desdobramentos dessa decisão e seus impactos no cenário econômico brasileiro.