Áudio atribuído a candidato de Fortaleza gera polêmica às vésperas de eleições municipais: análise forense revela diferentes conclusões.



Na semana anterior ao segundo turno das eleições municipais de 2024, um áudio atribuído ao candidato a prefeito de Fortaleza, André Fernandes (PL), viralizou nas redes sociais. No conteúdo, o candidato supostamente defendia a distribuição de dinheiro a líderes religiosos e comunitários como estratégia para obter votos. Diante da repercussão do áudio, Fernandes convocou uma coletiva de imprensa e alegou que o material era falso, sendo produzido pela campanha de seu adversário, Evandro Leitão (PT), utilizando inteligência artificial.

O Projeto Comprova, iniciativa de jornalistas para combater a desinformação, solicitou a análise de dois peritos forenses para examinar o conteúdo. Os peritos apresentaram conclusões divergentes: Mauricio de Cunto considerou improvável que a voz no áudio fosse de fato de Fernandes, baseando-se em análises fonéticas e comportamentais. Por outro lado, o professor Mario Gazziro identificou semelhanças entre a voz no áudio e a voz verdadeira de Fernandes, porém alertou sobre a possibilidade de montagem ou adulteração do material.

Fernandes acusou a campanha de Leitão de espalhar o áudio e recorreu ao Ministério Público Eleitoral do Ceará e à Polícia Federal para investigar o caso. No entanto, uma investigação do Aos Fatos revelou que o áudio foi encaminhado ao grupo oficial de Leitão e compartilhado posteriormente por aliados do PT, apresentando evidências de possível manipulação. O PT se defendeu das acusações, chamando Fernandes de “rei das fake news”.

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará e o Tribunal Superior Eleitoral foram procurados para comentar sobre a denúncia de Fernandes, mas não responderam aos questionamentos da equipe de reportagem. A controvérsia em torno do áudio atribuído a André Fernandes continua a alimentar o debate político em Fortaleza, ressaltando a importância de investigações detalhadas para esclarecer a veracidade dos fatos em meio à disseminação de informações falsas durante o processo eleitoral.

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