Dois homens atiraram em diversas pessoas perto de uma sinagoga em Halle, cidade da Alemanha. Segundo informações oficiais da polícia da cidade, ao menos duas pessoas morreram e outras estão feridas. Uma granada de mão também teria sido jogada em um cemitério judeu próximo à cena, segundo o jornal alemão Bild.
Eles chegaram a fugir do local de carro com roupas camufladas. Segundo a polícia, uma das tentativas de fuga foi interceptar um táxi. O motorista do veículo ficou ferido.
Inicialmente, as fontes policiais de Halle falaram de um único suspeito, um homem. Pouco depois, as autoridades passaram a considerar um crime com a participação de vários envolvidos, provavelmente três.
Há pouco, a polícia, em seu perfil oficial no Twitter, confirmou a prisão de uma pessoa, mas pediu para que os moradores de Halle sigam vigilantes e mantenham-se protegidos.
“Nossas forças prenderam uma pessoa”, acrescentou a polícia. “No entanto, continuamos alertas. Destacamos tropas em Halle e nos arredores e estamos tentando estabilizar a situação até termos todas as informações relevantes”.
Segundo uma testemunha, os tiros foram direcionados a um restaurante turco, enquanto, de acordo com o Bild, o tiroteio ocorreu em frente a uma sinagoga.
De acordo com o jornal, ao menos um dos homens portava uma metralhadora.
Além dos disparos em Halle, outros aconteceram cerca de 15km de distância do local, em Landsberg (Saalekreis). Não há mais informações sobre o tiroteio em questão.
O massacre aconteceu por volta do meio dia no horário local e marca, de forma trágica, um dos feriados mais importantes para os judeus, o Yom Kippur, quando os adeptos ao judaísmo jejuam por mais de 24 horas em busca de redenção.
Todo bairro foi isolado, e a estação de trem de Halle (estado da Saxônia-Anhalt), foi fechada.
O ataque ocorre meses após o assassinato em Hesse de Walter Lübcke, um político pró-migrantes do partido conservador da chanceler Angela Merkel (CDU). O principal suspeito é membro do movimento neonazista.
Esse caso chocou o país, onde a extrema direita anti-imigrante tem registrado sucessos eleitorais. Isso despertou o medo de um terrorismo de extrema direita, como o do pequeno grupo NSU, responsável pelo assassinato entre 2000 e 2007 de uma dúzia de migrantes.
Vários são os precedentes violentos: um ataque a faca contra a prefeita de Colônia, Henriette Reker, em 2015, e dois anos depois contra o prefeito de Altena, Andreas Hollstein. Ambos escaparam da morte por pouco. Os dois defendiam uma política de acolhimento generosa dos migrantes, como Walter Lübcke.
A Alemanha é confrontada com “uma nova RAF”, uma “RAF marrom”, estimou o “Süddeutsche Zeitung”, em referência ao grupo terrorista de extrema esquerda Fração do Exército Vermelho, também conhecido como Grupo Baader-Meinhof, ativo entre 1968 e 1998.
Mais de 12.700 extremistas de direita considerados perigosos já foram identificados pelas autoridades.
As autoridades alemãs também estão em alerta após vários ataques jihadistas nos últimos anos. O mais mortal foi em dezembro de 2016, quando um tunisiano, Anis Amri, invadiu um mercado natalino em Berlim com um caminhão roubado, matando 12 pessoas.
09/10/2019