Essa jornada de autoaceitação e valorização de sua cultura levou Fraga a criar, juntamente com o pernambucano Renoir Santos, o projeto Paulestinos. Por meio de cartazes lambe-lambe em preto e branco, a dupla expressa mensagens que mesclam elementos da cultura paulista e nordestina, como forma de celebrar suas origens e confrontar estereótipos. Frases como “Amares que vem para o bem” e “A gente se acostuma, mas não deveria” são parte desse trabalho artístico que busca promover reflexão e diálogo na cidade.
A arte de Fraga é inspirada pelo cotidiano paulistano e suas vivências pessoais. Ele encontra na cidade uma fonte inesgotável de inspiração, capturando cenas, ditados e observações que alimentam sua criatividade. Apesar dos desafios e das experiências difíceis, como o uso de crack no passado, o artista encontra na arte uma forma de se reconectar consigo mesmo e com a comunidade ao seu redor.
Ao ser questionado sobre o amor em São Paulo, Fraga ressalta a importância do amor próprio para encontrar felicidade e se relacionar positivamente com a cidade. Ele expressa seu amor por São Paulo e pela oportunidade que a cidade lhe proporcionou de se tornar um artista. Para Fraga, São Paulo é mais do que um local de oportunidades, é um lugar de encontros, descobertas e transformações, onde a arte pode ser uma ferramenta poderosa de conexão e diálogo.
Em meio às ruas da cidade, os cartazes do projeto Paulestinos espalham mensagens de resistência, identidade e humanidade, convidando os paulistanos a refletir sobre suas histórias e preconceitos. O trabalho de Fraga e Santos é um lembrete da importância da diversidade, da inclusão e do respeito às diferenças em uma cidade marcada pela pluralidade e pela complexidade de seus habitantes. São Paulo, assim como Átila Fraga, é feita de múltiplas cores, sotaques e histórias, que se misturam e se complementam para criar uma verdadeira obra de arte urbana.