Em sua interação com o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados americana, Rubio revelou que a questão está sob análise e que a imposição de sanções é uma possibilidade concreta. Essa declaração gerou inquietação nos meios políticos, uma vez que o deputado Cory Lee Mills acusou o STF de perseguição a opositores, que incluiria jornalistas e cidadãos comuns, levando a uma pressão internacional sobre a posição de Moraes.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi rápida em manifestar sua preocupação, considerando as ameaças de sanções como uma violação clara da soberania nacional. A entidade defendeu que qualquer tentativa de interferência externa nos atos jurisdicionais dos magistrados brasileiros é inaceitável. Para o advogado Marcus Vinícius Furtado Coêlho, presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB, essa conduta é um convite à indignação, afirmando que o Brasil não deve ser reduzido a uma “república de segunda categoria”.
As reações ao longo do espectro político brasileiro foram polarizadas. Enquanto Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos, elogiou a declaração de Rubio, classificando-a como uma medida positiva, membros da oposição, como a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, defenderam Moraes e criticaram o governo americano por sua postura, considerando-a vergonhosa.
Vale ressaltar que Moraes já havia sido alvo de críticas anteriores do Departamento de Estado dos EUA após ações que envolviam o bloqueio de plataformas digitais no Brasil. A polêmica envolvendo sanções se insere em um contexto mais amplo de descontentamento com a atuação de Moraes, que já despertou a atenção internacional por suas decisões.
As sanções que podem ser aplicadas sob a Lei Magnitsky, que data de 2012, têm como base violações sérias de direitos humanos e corrupção, prevendo consequências severas, como congelamento de bens e proibição de entrada nos EUA. Tal legislação surgiu após a morte do advogado russo Sergei Magnitsky e foi ampliada para punir uma gama mais ampla de infrações. O desfecho dessa história ainda está por vir, mas certamente está atraindo cada vez mais as atenções tanto no Brasil quanto internacionalmente.