O incidente levantou diversas questões sobre como foi possível um ataque coordenado aos pagers do Hezbollah. De acordo com a agência árabe Al Jazeera, os dispositivos do grupo teriam sido invadidos e hackeados, mas especialistas em tecnologia também levantam a possibilidade de sabotagem por agentes israelenses infiltrados no Hezbollah.
Os pagers, conhecidos como “bipes” no Brasil, foram amplamente utilizados nas décadas de 1980 e 1990 para o envio de mensagens curtas. Embora tenham caído em desuso com o avanço dos celulares, algumas organizações, como o Hezbollah, continuaram a usá-los devido à segurança que oferecem, já que não possuem sistemas de rastreamento.
Nos últimos anos, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, recomendou que seus combatentes abandonassem os smartphones em prol dos pagers como medida de segurança contra possíveis ataques cibernéticos de Israel. No entanto, o incidente recente colocou em xeque a segurança desses dispositivos.
Especialistas levantaram duas teorias principais sobre as causas das explosões dos pagers. Uma delas sugere uma violação de segurança cibernética que teria provocado o superaquecimento das baterias, levando à detonação. A segunda teoria aponta para um possível ataque à cadeia de suprimentos, com explosivos sendo inseridos nos dispositivos durante o processo de fabricação.
David Kennedy, ex-analista de inteligência dos Estados Unidos, afirmou que as explosões parecem grandes demais para serem causadas por um hack remoto, sugerindo que agentes israelenses infiltrados no Hezbollah poderiam ter inserido os explosivos nos pagers. Segundo ele, uma operação desse tipo requer uma complexa rede de inteligência e manipulação da cadeia de suprimentos.
Diante desse cenário, o mundo aguarda por mais informações sobre o ocorrido e as possíveis repercussões geopolíticas que poderão surgir a partir desse ataque inusitado.