De acordo com o presidente Biden, a operação desta quinta-feira contou com o apoio de Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda. Em uma declaração conjunta, que inclui também os governos da Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia e Coreia do Sul, a aliança afirmou que o objetivo “continua sendo desanuviar as tensões e restaurar a estabilidade no Mar Vermelho”.
Segundo informações da rede americana CNN, os ataques atingiram mais de uma dúzia de alvos Houthi, incluindo sistemas de radar e locais de armazenamento e lançamento de drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro.
Este é o primeiro ataque direto dos EUA contra os rebeldes houthis dentro do território iemenita desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro. O grupo, uma organização militar xiita, integra o “eixo de resistência” financiado pelo Irã no Oriente Médio. Apesar de não representarem o governo, eles têm avançado seu controle sob mais áreas do país em meio à guerra civil contra uma coalizão apoiada pela Arábia Saudita, rival histórico da República Islâmica, mas que retomou as relações diplomáticas com Teerã no ano passado por intermédio da China.
Em comunicado divulgado após os ataques, a Arábia Saudita disse que acompanha com “grande preocupação” as ações na região e pediu contenção das partes. Desde o início da guerra em Gaza, os houthis já lançaram diversos ataques contra embarcações no Mar Vermelho e contra alvos israelenses em apoio ao Hamas. A ofensiva desta quinta-feira promovida pela coalizão Ocidental, formada nas últimas semanas para garantir a livre circulação de navios comerciais no Mar Vermelho, ocorre num momento de forte tensão no Oriente Médio.
O líder dos Houthi, Abdul Malek al-Houthi, disse em discurso nesta quinta-feira que qualquer ataque americano ao Iêmen “não ficará sem resposta”, ameaçando uma reação ainda maior do que a que está sendo promovida no Mar Vermelho. Desde 2002, os EUA já lançaram cerca de 400 ataques aéreos no Iêmen, segundo o Conselho de Relações Exteriores do país. No entanto, o governo americano tem buscado evitar um conflito direto desde a crise em Gaza, temendo uma escalada regional. Em 3 de janeiro, os EUA e outros países aliados divulgaram uma declaração conjunta alertando os rebeldes que eles “arcarão com a responsabilidade das consequências caso continuem a ameaçar vidas, a economia global e o livre fluxo de comércio nas vias navegáveis críticas da região”. Horas depois, os houthis lançaram um ataque com drones não tripulados contra rotas marítimas comerciais.