Os profissionais da imprensa que foram brutalmente assassinados foram identificados como Markenzy Nathoux e Jimmy Jean. Segundo relatos de periódicos locais, outros sete jornalistas e dois policiais ficaram feridos no ataque, que foi descrito pela Associação Haitiana de Jornalistas como uma “cena macabra comparável a terrorismo”.
A gangue “Viv ansanm” assumiu a autoria do atentado, iniciando os disparos durante a cerimônia de reabertura do hospital, que estava fechado desde fevereiro devido a um ataque anterior realizado pelo mesmo grupo criminoso. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, os membros da gangue afirmaram que não autorizaram a reabertura da unidade de saúde, que havia sido retomada pelo governo local em julho.
Esse incidente se soma a uma série de violências cometidas pela gangue, que recentemente também incendiou o Hospital Bernard Mevs, sem causar vítimas. Tais ações têm gerado um clima de extrema insegurança na capital, Porto Príncipe, onde gangues dominam grande parte da região e têm realizado diversos ataques, inclusive contra locais de importância vital, como aeroportos e prisões.
O governo haitiano emitiu uma declaração condenando veementemente o ataque ao hospital e reafirmando seu compromisso em combater o crime organizado. A situação de violência no país tem afetado gravemente o sistema de saúde, com saques, incêndios e destruição de instituições médicas, além de dificultar o acesso a recursos para tratamento de feridos.
A chegada de uma missão multinacional de apoio à polícia, liderada pelo Quênia e com apoio da ONU e dos Estados Unidos, até o momento não surtiu efeito na redução da criminalidade. A população haitiana vive um cenário de violência constante, exacerbado pela instabilidade política, que coloca em risco a vida de civis e profissionais da imprensa.