Análises realizadas nos destroços da área atingida revelaram a utilização de munições específicas, conhecidas como JDAM (Joint Direct Attack Munition), produzidas nos Estados Unidos. Esses mísseis guiados são projetados para aumentar a precisão em ataques aéreos, mas sua utilização em áreas com alta densidade populacional é criticada por especialistas em direitos humanos. Richard Weir, pesquisador da divisão de crise e conflito da Human Rights Watch, analisou fragmentos da munição encontrados nos escombros e declarou que o uso de tal armamento representa um risco significativo para a vida de civis.
A utilização de armamentos desse tipo em conflitos urbanos já foi motivo de preocupação para grupos de direitos humanos, que alertam sobre os perigos que estes ataques representam para a população inocente. Beirute, marcada por uma história de conflitos violentos, agora enfrenta mais uma onda de violência que busca exacerbar as tensões já existentes na região. A Human Rights Watch ressaltou que ataques aéreos indiscriminados em áreas urbanas muitas vezes resultam em perdas irreparáveis e ferimentos a civis que nada têm a ver com as hostilidades em curso.
As repercussões do ataque não se restringem apenas às vítimas diretas. O impacto emocional e psicológico sobre a população libanesa, que vive sob a sombra da violência e da incerteza, é profundo. Moradores da região relatam um clima de medo e angústia, ressaltando a fragilidade de suas vidas cotidianas, onde, segundo uma residente, “de um minuto para o outro, você pode estar viva ou não”.
Assim, o ataque em Beirute simboliza não apenas uma operação militar, mas também um agravamento das tensões que permeiam a região, com implicações que vão muito além dos números de mortos e feridos. Os eventos em curso continuam a desafiar a comunidade internacional e a suscitar debates sobre a responsabilidade na condução de operações militares em contextos civis.