Os ORCs são imensos anéis de emissão de rádio que podem atingir até 20 vezes o tamanho da Via Láctea. Sua origem permanece envolta em mistério, embora um estudo recente publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society sugira uma possível ligação entre esses círculos e superventos de galáxias espirais ativas. O objeto em destaque, denominado RAD J131346.9+500320, foi descoberto com a ajuda do radiotelescópio europeu LOFAR e do projeto de ciência cidadã RAD@home. O achado é notável, pois remonta a uma época em que o universo tinha apenas metade da sua idade atual, tornando-o o ORC mais distante conhecido e um dos únicos a apresentar dois anéis entrecruzados.
Ananda Hota, um dos astrônomos por trás da descoberta e fundador do projeto RAD@home, classificou os ORCs como estruturas cósmicas de beleza única e complexidade, capazes de fornecer insights sobre a evolução de galáxias e buracos negros. Este fenômeno não se limita ao ORC em si; a equipe de pesquisadores também identificou duas galáxias gigantes que possuem anéis de rádio formados pela interação de jatos de buracos negros com o ambiente ao seu redor. Essa interatividade sugere que essas estruturas estão conectadas de maneiras que ainda não compreendemos completamente.
O coautor do estudo, Pratik Dabhade, compartilhou a visão de que essas descobertas não representam meras peculiaridades, mas sim parte de uma família de estruturas exóticas que merecem pesquisa aprofundada. Ele fez questão de ressaltar a importância dos cientistas cidadãos no projeto, enfatizando que suas contribuições foram fundamentais para o sucesso dessas investigações.
Com a introdução de novas ferramentas, como o Square Kilometer Array (SKA), o maior radiotelescópio do mundo, espera-se que os astrônomos possam ampliar ainda mais suas descobertas e resolver os enigmas ligados a essas colossais formações cósmicas.