Quasares são regiões notáveis no núcleo de galáxias, alimentadas por buracos negros que atraem e aquecem gás e poeira, resultando em uma irradiação intensa. O OJ287, em particular, se destaca não apenas pela sua luminosidade, que permite que até mesmo astrônomos amadores o observem, mas também pela sua intrigante dinâmica. Esta descoberta representa um avanço significativo, uma vez que, anteriormente, evidências da presença de sistemas binários eram obtidas através de observações indiretas, como ondas gravitacionais.
A imagem divulgada mostra os dois buracos negros em uma interação gravitacional complexa, proporcionando as provas mais contundentes até agora da existência de tais sistemas. A confirmação desta teoria antiga foi possível graças a uma colaboração entre telescópios de diferentes partes da Terra e o satélite russo RadioAstron, que operou em uma órbita que chegava à distância da Lua, permitindo uma resolução superior em até 100.000 vezes em relação a imagens ópticas convencionais.
O histórico do OJ287 remonta a 1982, quando o astrônomo Aimo Sillanpaa detectou um padrão cíclico de brilho que indicava a presença de um segundo buraco negro. Desde então, centenas de pesquisadores têm monitorado o quasar, em busca de evidências que confirmassem essa hipótese.
Entre as observações valiosas, os cientistas notaram que o jato de partículas emanando do buraco negro menor apresentava uma distorção peculiar, similar ao movimento de uma mangueira sendo torcida rapidamente. Esse fenômeno não apenas ilustra a dinâmica dessa interação orbital, mas também fornece uma “cauda cósmica” que pode ser estudada em tempo real, abrindo novas possibilidades para a compreensão de sistemas binários de buracos negros.
Esta descoberta não só valida teorias astronômicas antigas, mas também destaca o avanço das tecnologias de observação espacial, que estão expandindo os limites do que sabemos sobre o nosso universo e suas intricadas estruturas.