Artistas defendem patrimonialização do hip hop, gerando empregos e promovendo transformação social no Brasil.



Artistas defendem que o hip hop seja reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil. O rapper Jonathan Williano, mais conhecido como Nenzin MC, de 29 anos e natural de Ceilândia (DF), expressa em suas letras a realidade das periferias e como a música foi capaz de transformar sua vida. Aos 15 anos, ele começou a compor e encontrou na arte a possibilidade de alcançar seus objetivos profissionais, mesmo enfrentando resistência em casa.

Nenzin MC não se limitou apenas à composição, ele também realiza batalhas de rap que geram empregos diretos e indiretos em Ceilândia, contribuindo para a economia local. Sua trajetória como músico deu-se a partir de sua participação em uma ONG chamada Jovem de Expressão, que oferece cursos para jovens da periferia, impulsionando o empoderamento por meio da cultura hip hop.

Recentemente, artistas e ativistas do movimento iniciaram uma campanha para que o hip hop seja reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil. Em Brasília, foi realizado o 1º Seminário Internacional Construção Nacional Hip-Hop, com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes. A artista Claudia Maciel, integrante do comitê gestor de juventude negra em Ceilândia, ressalta a importância desse reconhecimento para os artistas, que muitas vezes são vítimas de racismo.

Além disso, a educadora destaca que o reconhecimento oficial pode possibilitar uma maior captação de recursos pelos artistas. Um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo também deve ser divulgado em breve, mostrando que a maioria dos artistas de hip hop no Brasil são homens negros.

O diretor da Jovem de Expressão, Antônio de Pádua Oliveira, enfatiza que o hip hop é um movimento com grande alcance nas periferias e que pode ser um vetor de transformação social. Ricardo Soares Azevedo, conhecido como Palito, é um exemplo de vida transformada pelo hip hop. Ele iniciou na ONG dando aulas de basquete e, ao participar de cursos de audiovisual, encontrou seu caminho no mercado de trabalho.

Em resumo, o hip hop não é apenas um gênero musical, mas uma cultura que gera mudanças sociais e econômicas nas comunidades periféricas. O reconhecimento desse movimento como patrimônio imaterial seria um passo importante para garantir oportunidades e valorização aos artistas que dedicam suas vidas à arte e à transformação através da música.

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