“Artista de SP Honra Doação de Medula com Tatuagem em Idioma Desconhecido”

Em uma emocionante história de superação e gratidão, o DJ e artista performático Murillo Serantoni, natural de São José do Rio Preto, SP, decidiu eternizar em sua pele as palavras de sua doadora de medula óssea. Aos 30 anos, Murillo carrega as frases tatuadas em um idioma desconhecido que representam uma carta enviada por uma mulher na Alemanha, que lhe proporcionou a chance de viver após uma luta severa contra a leucemia, diagnosticada quando tinha apenas 17 anos.

A trajetória de Murillo destaca a importância do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que atua como um elo vital entre pacientes e doadores. Criado em 1993, o Redome já possui cerca de 5,9 milhões de doadores, sendo considerado o terceiro maior banco de doadores do mundo. Este registro é essencial não apenas para o Brasil, mas também para a luta global contra doenças hematológicas, pois a chance de encontrar um doador compatível nesse sistema é de aproximadamente 90%.

Embora a busca por doadores muitas vezes comece na família, nem sempre há compatibilidade. Quando isso acontece, o Redome se torna a alternativa viável, permitindo que os pacientes tenham acesso a um banco diversificado de doadores. Mais de 75% dos transplantes realizados no Brasil têm origem nesse registro, enquanto apenas 10% a 15% dependem de doadores estrangeiros.

Murillo, que foi transplantado em 2012 em um hospital público de Jaú, experimentou essa busca pela compatibilidade e, após o procedimento, a relação com sua doadora ganhou uma nova dimensão. Após cinco anos, ele conseguiu contatá-la, surpreendendo-a com um e-mail e mostrando sua tatuagem, que representa não apenas um ato de gratidão, mas também de conexão humana.

A coordenadora do Redome, Danielli Oliveira, enfatiza que a existência de um registro expressivo no Brasil é um feito notável, considerando os desafios econômicos e sociais do país. Ela ressalta que a diversidade genética da população brasileira contribui para a eficácia do registro, tornando-o um modelo importante na América Latina, onde estruturas semelhantes ainda são incipientes.

Contudo, a doação de medula óssea ainda enfrenta barreiras. Mitos e receios sobre o processo dificultam a adesão de novos doadores. Muitos inscritos desistem quando são acionados, evidenciando a necessidade de mais informação e sensibilização sobre a importância da doação. Médicos como Denys Eiti Fujimoto e Carmen Vergueiro ressaltam o impacto que um único doador pode ter na vida de um paciente, chamando atenção para a urgência e a responsabilidade dos que se comprometem a se cadastrar.

Neste contexto, a história de Murillo se destaca como um símbolo de esperança e recuperação, reforçando a importância de um banco de doadores bem estruturado e a necessidade de conscientização em torno da doação de medula óssea no país. Cada doador potencial pode não apenas salvar vidas, mas também criar laços que ultrapassam fronteiras e culturas, mostrando que, no fim, a humanidade e a empatia são universais.

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