Os protagonistas dessa história são Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer e um dos convocados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades envolvendo o desvio de fundos destinados a aposentados, e Tehiana Gomes de Freitas Pataxo, nova chefe da Secretaria Nacional de Povos, Comunidades Tradicionais e Política Social da Conafer. Tehiana, que assumiu seu cargo recentemente, tem um histórico conturbado, incluindo uma condenação a 13 anos de prisão por atropelar e matar uma criança de quatro anos em 2021, enquanto dirigia sem habilitação.
As investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) revelam que a Conafer pode ter arrecadado aproximadamente R$ 688 milhões desde 2019 através de descontos indevidos sobre as remunerações de trabalhadores rurais e indígenas. No último dia 29 de setembro, Tehiana foi mencionada durante uma audiência da CPI do INSS, onde Carlos foi questionado sobre transferências financeiras que ele fez para ela. Ele confirmou um repasse de R$ 214 mil, mas não elucidou o motivo da transação.
A Conafer promove um programa chamado +Previdência Brasil, que, segundo informações disponíveis em seu site, é destinado a fomentar a educação previdenciária. No entanto, a CGU alertou que a realidade por trás dessa iniciativa é bem diferente. Investigadores ouviram 56 pessoas em várias regiões do Brasil que relataram ter sofrido descontos não autorizados nas suas aposentadorias devido à atuação da Conafer. No primeiro trimestre de 2024, 621.094 aposentados foram afetados.
Enquanto a Conafer e seus sócios estão sob os holofotes da investigação, a loja do Aeroporto de Brasília, que deveria simbolizar a cultura indígena, evoca questões mais profundas sobre ética e transparência nos negócios. O caso levanta debates sobre a atuação de ONGs e seus impactos nas comunidades que pretendem representar. As repercussões continuam a se desenrolar, à medida que as investigações avançam e clamores por esclarecimento ressurgem na sociedade.









