De acordo com deputados próximos a Lira, a maioria dos líderes não concorda em realizar uma votação em plenário antes da eleição para a presidência da Câmara, prevista para fevereiro de 2025. Os principais candidatos, Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB), não demonstram interesse em lidar com esse tema durante a campanha.
Os partidos PSD, União Brasil e Republicanos somam 148 deputados, e quando adicionados ao PT, PCdoB, PV e PSB, que compõem o núcleo duro do governo Lula, representariam um mínimo de 242 congressistas contrários às propostas anti-STF.
Na Câmara, Lira tem como prática reunir os líderes partidários antes de votações importantes e evita levar ao plenário propostas que não teriam chances de aprovação. Desta forma, o presidente poderá justificar à bancada bolsonarista que os líderes inviabilizaram a análise da medida, tirando a responsabilidade pelo fracasso do projeto de seus ombros.
Além disso, há a expectativa no Congresso de que o pagamento de emendas impositivas seja liberado em breve. Caso o STF autorize a retomada dos repasses, o grupo conhecido como Centrão pode abandonar a empreitada contra a Corte, liderada pela bancada bolsonarista no Congresso.
Arthur Lira busca manter uma boa relação com o STF e com o Planalto após deixar a presidência da Câmara. O parlamentar tem bom relacionamento com ministros do STF, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e tem interesse em manter a proximidade com o governo Lula, que é contra as medidas que retiram poderes do Supremo. Lira indicou nomes para cargos-chave no Executivo, como a presidência da Caixa Econômica Federal.