Os resultados indicam que a maioria dos artefatos de obsidiana analisados teve origem em fontes reconhecidas, como Bear Gulch, em Idaho, que sozinha correspondeu a aproximadamente 61,8% do material obtido. Outras fontes notáveis incluem Obsidian Cliff, em Wyoming, e duas localizações da Colúmbia Britânica, Anahim Peak e Mount Edziza. Esta maioria evidencia não apenas a capacidade de intercâmbio entre os povos indígenas, mas também a dependência de recursos naturais específicos de diferentes regiões.
A pesquisa destaca um aspecto curioso da distribuição dos artefatos: a presença de obsidiana estava intimamente ligada às práticas de caça ao bisão, que eram comuns entre as comunidades que habitavam as encostas orientais de Alberta. Sítios conhecidos como “saltos de bisão”, onde grandes rebanhos eram caçados em um esforço colaborativo, indicam como esses locais funcionavam como pontos de troca, facilitando o comércio. De fato, cerca de metade dos sítios com obsidiana de Bear Gulch estavam localizados a até 10 quilômetros desses locais de caça, evidenciando a interconexão entre as atividades de subsistência e as trocas comerciais.
Além disso, a pesquisa sugere que a quantidade de obsidiana encontrada nas regiões sul de Alberta era bem superior à das fontes do norte, cujos artefatos eram menos comuns e frequentemente encontrados em quantidades menores. Essa assimetria nos dados joga luz sobre as dinâmicas comerciais regionais, que variavam significativamente entre as diferentes áreas.
À medida que os arqueólogos se aprofundam nesse tipo de análise, o objetivo é esclarecer ainda mais as complexas redes sociais e econômicas que existiam entre os povos indígenas antes do contato europeu. O papel vital da obsidiana como um meio de troca destaca a sofisticação do comércio indígena, revelando uma rica história de interações e relações comerciais que moldaram a vida nas comunidades nativas da América do Norte.