Arte rupestre de 5.000 anos na Finlândia renasce com tecnologia avançada, revelando segredos antigos e preservando patrimônio cultural para as futuras gerações.

Na região de Astuvansalmi, na Finlândia, um notável projeto de pesquisa está utilizando tecnologias de ponta, como escaneamento 3D e inteligência artificial, para revelar e preservar pinturas rupestres com cerca de 5.000 anos. Essas obras de arte pré-históricas, que se encontram nas rochas próximas ao lago Yovesi, compõem a maior coleção de arte rupestre do norte da Europa. Os pesquisadores acreditam que ainda existem muitas figuras escondidas sob camadas de musgo e desgaste natural, aguardando para serem descobertas.

Liderado pela Escola de Computação da Universidade da Finlândia Oriental, o projeto emprega câmeras hiperespectrais para detectar nuances nos pigmentos vermelhos das pinturas. Essa técnica permite aos cientistas identificar diferentes composições químicas das tintas utilizadas por artistas ancestrais, além de revelar figuras que permaneciam invisíveis até então. Por meio de tecnologias como a captura de imagens panorâmicas GigaPan e sistemas de escaneamento 3D, os pesquisadores estão criando um gêmeo digital dessas superfícies rochosas. Isso não apenas facilita a análise detalhada das obras, mas também garante a sua preservação contra os efeitos da erosão e do tempo.

Outras inovações incluem a renderização 3D, que cria modelos tridimensionais precisos das rochas, permitindo um mapeamento exato dos traços de pigmentos. Além disso, foram empregados motores de jogo para simular as paisagens da época em que as pinturas foram produzidas, considerando as alterações geográficas ao longo dos milênios. Essa abordagem não apenas melhora a compreensão histórica do local, mas também pode contribuir para a localização de novas figuras ainda não catalogadas.

Embora o uso da IA seja promissor e tenha o potencial de detectar padrões e estilos individuais nas obras, especialistas alertam para os riscos de interpretações errôneas. É fundamental que as análises sejam feitas com cuidado, considerando as particularidades culturais de cada região, uma vez que algoritmos treinados com dados de um local podem falhar na aplicação a outro.

A urgência da preservação digital dessas pinturas é evidente, já que a exposição às intempéries ameaça sua sobrevivência. Em resposta a isso, instituições como o museu de Murmansk já utilizam realidade virtual para recriar experiências imersivas, que podem também ser aplicadas para explorar virtualmente o sítio de Astuvansalmi, permitindo que mais pessoas apreciem e compreendam essa rica herança cultural.

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