O assentamento, localizado no oásis de Khaybar, no noroeste da Arábia Saudita, foi habitado entre 2.400 e 1.500 a.C. e apresenta características que, apesar de se assemelharem a outras cidades da mesma época, revelam uma estrutura sociopolítica mais complexa. Essa complexidade é particularmente interessante, visto que o desenvolvimento de al-Natah parece ter sido mais lento em comparação com as sociedades altamente urbanizadas do Egito e da Mesopotâmia.
As edificações da cidade eram organizadas em um layout padrão e interligadas por ruas estreitas, sugerindo um planejamento urbano deliberado. Estima-se que al-Natah abrigasse cerca de 500 moradores, um número considerável para a época, que destaca seu papel como um centro urbano significativo. Além das residências, a descoberta de uma necrópole nas proximidades indica práticas funerárias que sugerem a presença de estratificação social. Essa estratificação proporciona uma visão sobre a complexidade social daquela região, que era predominantemente ocupada por grupos nômades e pastorais, mas já começava a se integrar em redes de comércio de longa distância.
A pesquisa fornece insights valiosos sobre a dinamicidade cultural e o desenvolvimento econômico da Arábia pré-islâmica. Além disso, a reconstituição de al-Natah não apenas enriquece nosso entendimento sobre a história da península Arábica, mas também amplia a perspectiva sobre o papel que essas cidades desempenharam nas interações sociais e comerciais entre sociedades antigas. A relevância desta descoberta é imensa, pois desafia noções simplistas sobre a urbanização na região e ressalta a importância dos centros urbanos como motores de desenvolvimento social ao longo da história.