De acordo com Bongers, a população pré-hispânica na região era significativa, em torno de 100.000 habitantes. Este número implica que comerciantes e especialidades locais poderiam se reunir no local para trocar produtos como milho e algodão, semelhante a uma feira ao ar livre. Com a chegada dos incas, acredita-se que a estrutura pode ter sido adaptada como parte de um sistema de contabilidade para registrar tributos, ajudando a administrar a economia do vasto império.
O estudo revela também que datações por radiocarbono demonstram que o sítio é anterior à ocupação inca, possivelmente sendo uma criação do povo Chincha, que habitava a região antes dos incas. Além disso, os padrões formados pelos buracos se assemelham a quipus, instrumentos utilizados pelos incas para registros contábeis, sugerindo uma conexão direta com as práticas administrativas daquela época.
Os pesquisadores agora se preparam para uma nova fase de escavações, com o objetivo de coletar mais amostras, datar outras fossas e investigar quipus adicionais na região. Essa empreitada visa validar e aprofundar as descobertas feitas até agora, contribuindo para uma compreensão mais detalhada das práticas econômicas e sociais das civilizações que habitaram essa área andina. A ideia de que Monte Sierpe pode ter funcionado como uma “tecnologia social” que uniu diferentes grupos e posteriormente serviu à administração inca destaca a complexidade e a sofisticação das sociedades pré-colombianas do Peru.









