Os pesquisadores responsáveis pela escavação, que fazem parte de um projeto mais amplo em Atapuerca, apresentaram o que parece ser uma parte do crânio de um adulto, incluindo um osso da face esquerda e a mandíbula superior. Estas descobertas não apenas ampliam nosso entendimento sobre a evolução humana, mas também sugerem a existência de um novo ator no cenário da história humana na Europa. Especialistas, como a Dra. Rosa Hughet da Universidade de Rovira i Virgili, destacam a importância dessa descoberta para a compreensão da evolução humana.
Estudos sobre a fauna da época indicam que a Península Ibérica, naquela época, estava coberta por uma vegetação exuberante, incluindo florestas densas e pastagens, onde animais como bisões, hipopótamos e veados eram comuns. Ferramentas de pedra encontradas nas proximidades dos restos humanos indicam que as primeiras populações humanas tinham desenvolvido rudimentares técnicas de fabricação de ferramentas e processamento de alimentos.
Chris Stringer, renomado pesquisador do Museu de História Natural de Londres, mencionou que a nova espécie, cuja nomenclatura proposta é Homo affinis erectus, pode ter enfrentado extinção devido a mudanças climáticas ocorridas na região há cerca de 1,1 milhão de anos. Ele enfatiza que a aparência desses seres humanos primitivos pode ter se assemelhado aos espécimes classificados como Homo erectus.
A pesquisa ainda está em andamento, e os especialistas esperam que novos fósseis possam ser encontrados em sítios contemporâneos, o que ajudaria a esclarecer a identidade dessa nova espécie e o papel que desempenhou na história da evolução humana. A descoberta levanta questões sobre a adaptação e a interação dessas populações com o ambiente em que viviam, além de promover uma reflexão sobre como as mudanças ambientais influenciaram a vida na Terra ao longo de milhões de anos.