Argentinos demonstram maior preferência pela iniciativa privada e menor apoio ao Estado em antecipação às primárias.



Pesquisa revela mudança no perfil ideológico da sociedade argentina às vésperas das eleições primárias para presidente. O estudo realizado pelo Instituto Pulsar, observatório de opinião pública da Universidade de Buenos Aires, aponta que os argentinos estão se mostrando cada vez mais pró-iniciativa privada e menos pró-Estado no campo econômico. Além disso, a população está igualmente dividida entre conservadores e progressistas no campo moral.

O levantamento, que analisou as crenças sociais dos argentinos em relação aos dois eixos (econômico e moral), destacou que a preferência por uma maior presença do Estado na economia, que era predominante nos anos 2000, está sendo substituída por posições mais liberais. Cerca de 56% da população afirmou ter mais confiança nas empresas privadas, enquanto 39% apontaram as empresas públicas como a melhor opção. Além disso, 60% defende que as empresas privadas sejam as maiores ofertadoras de empregos e 46% deseja a privatização das companhias, desde que haja alguma regulação do Estado.

No que diz respeito aos gastos do Estado, a maioria dos cidadãos é a favor de um corte (80%), porém acredita que Educação e Saúde devem ser poupadas. A pesquisa também revelou um grande apoio a reformas trabalhistas e previdenciárias (57%), maior abertura econômica (73%), maior tributação para os mais ricos (66%) e prioridade para o meio ambiente no crescimento econômico (66%).

Em relação à questão da segurança, os argentinos manifestaram a vontade de que o Estado atue com maior rigor e que as forças de segurança tenham maior protagonismo no combate ao crime e ao narcotráfico. No entanto, a população é amplamente contra o porte de armas para qualquer pessoa. Mais de 75% dos argentinos defendem o aumento das penas para controlar a insegurança e mais de 70% acreditam que os militares devem atuar no combate ao narcotráfico.

Na esfera moral, a maioria dos argentinos é a favor da eutanásia (72%) e da adoção por casais do mesmo gênero (59%), mas se mostram menos favoráveis à lei do aborto (40%), à legalização do trabalho sexual (36%), à legalização do consumo de maconha (30%) e ao uso da linguagem inclusiva (23%).

A pesquisa também analisou a influência dessas crenças sociais nas eleições. Apesar de não citar os candidatos especificamente, o estudo mostrou como cada perfil ideológico se distribui entre as principais coalizões partidárias. A coalizão peronista União pela Pátria (UP), que tende a ter uma atuação mais estatista, atrai mais apoiadores do Estado na vida econômica. Já a coalizão de oposição Juntos Pela Mudança (JxC) conseguiu capturar o público cada vez mais liberal em termos econômicos.

Além disso, a pesquisa apontou que, apesar do descontentamento político e do crescimento do sentimento antipolítica, a democracia é um consenso entre os argentinos. Mais de 85% prefere viver em um governo democrático, mesmo que menos de 60% acredite estar vivendo atualmente em uma democracia. A maioria (73%) acredita que a democracia é melhor em qualquer circunstância, enquanto apenas 13% considera que um governo autoritário pode ser preferível em determinadas ocasiões.

Apesar das mudanças no perfil ideológico da sociedade argentina, o estudo ressalta que há consensos mínimos, como a valorização do sistema democrático. Essa valorização, no entanto, não impede o descontentamento e a insatisfação política, que são características marcantes do atual cenário político do país.

*Esse texto é fictício e foi criado apenas para fins de demonstração.

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