Argentina: nova realidade econômica afeta turistas brasileiros e argentinos em busca de preços acessíveis, com inflação em dólares e custo de vida mais alto.



Recentemente, uma viagem à Argentina certamente não está mais associada a compras baratas e custo de vida acessível. O “novo normal” no país governado pelo economista ultraliberal Javier Milei é marcado por um aumento generalizado nos preços em dólares, tornando o país menos atraente para os brasileiros que costumavam atravessar a fronteira em busca de bons negócios.

Logo após assumir a presidência, Milei eliminou o congelamento da taxa de câmbio oficial e desvalorizou o peso em 54%, elevando o câmbio oficial para 800 pesos por dólar. Essa estratégia de desvalorização controlada visava combater a inflação, que atingiu 211,4% em 2023.

As medidas econômicas adotadas pelo governo Milei, que incluem uma âncora fiscal e uma âncora monetária para controlar a inflação, resultaram em uma redução significativa nos índices de inflação. Em dezembro de 2024, a inflação na Argentina chegou a 2,7% em relação ao mês anterior, marcando a terceira medição consecutiva abaixo dos 3%. Em janeiro de 2025, o índice de inflação desacelerou para 2,2%.

No entanto, apesar da queda nos índices oficiais de inflação, a desvalorização do peso argentino e a perda de força do real brasileiro resultaram em uma situação inusitada. Agora, são os argentinos que estão cruzando a fronteira em busca de preços mais baixos no Brasil, enquanto os brasileiros sentem o impacto do aumento de preços na Argentina.

O cenário econômico atual na Argentina é visível no dia a dia dos turistas. Em bairros turísticos como Palermo, o custo de vida está mais alto, com uma xícara de café custando o equivalente a US$ 3,20 pelo câmbio oficial. O preço do Big Mac no país atingiu US$ 7,37, tornando-o o hambúrguer mais caro da América Latina.

Apesar dos esforços do governo em reduzir a inflação, as medidas ainda não se refletiram em um aumento significativo do poder de compra da população. Economistas alertam sobre a necessidade de reformas estruturais mais profundas para resolver as questões econômicas de forma duradoura.

Em resumo, a Argentina enfrenta um período de transição econômica, com desafios e oportunidades. A redução da inflação é um passo importante, mas o país ainda precisa enfrentar questões estruturais para garantir um crescimento econômico sustentável e o bem-estar da população. A mudança recente no cenário de compras entre Argentina e Brasil reflete as complexidades da economia sul-americana e destaca a importância de reformas abrangentes para sustentar um desenvolvimento saudável no longo prazo.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo