Argentina Alinha-se aos EUA e Troca Blindados Brasileiros por Strykers em Acordo Estratégico com Defesa Americana



Em um movimento significativo, a Argentina decidiu priorizar a aquisição de veículos blindados dos Estados Unidos em detrimento de uma oferta anterior do Brasil. O ministro da Defesa argentino, Luis Petri, em uma visita ao Pentágono, firmou um acordo com seu colega dos EUA, Pete Hegseth, que contempla a compra de oito unidades do veículo blindado Stryker M1126 8×8. Este movimento marca um momento decisivo nas relações de defesa entre os países e reflete uma nova estratégia militar sob a liderança do presidente Javier Milei.

O acordo, que será realizado inicialmente em uma fase que envolve a entrega de apenas oito veículos, representa uma mudança substancial na política de defesa argentina, que há décadas busca modernizar suas forças armadas. Os Strykers, inspecionados em junho passado, foram classificados como “em pleno estado operacional” pelo Ministério da Defesa argentino. Esses veículos são considerados eficientes em terrenos variados e têm a capacidade de transportar tropas com proteção adequada, atendendo a múltiplas missões, desde transporte até evacuação médica.

Antes desta nova parceria com os EUA, a Argentina havia explorado a aquisição de 156 veículos blindados 6×6 Guarani do Brasil, um projeto que enfrentou dificuldades financeiras e políticas. A suspensão das negociações estava diretamente ligada à instabilidade econômica sob o governo anterior e à mudança de administração com a vitória de Milei. Essa transição impulsionou uma aproximação maior com os EUA, que historicamente tem sido um fornecedor militar chave para Buenos Aires, mesmo durante períodos de distanciamento político.

O analista Juan José Roldán destaca que a nova aquisição é uma resposta a uma demanda antiga do Exército argentino por veículos blindados, embora exista o risco de que essa operação se torne apenas uma compra pontual, não atendendo às necessidades reais das forças armadas. Ele alerta que a implementação de novos sistemas militares não se limita à aquisição, envolvendo também custos de operação e manutenção, o que é especialmente crítico dado o atual contexto de restrições orçamentárias na Argentina.

Roldán também menciona que as Forças Armadas enfrentam uma deterioração nas condições de vida do pessoal militar, agravada por uma falta de atualizações salariais e benefícios, o que pode impactar ainda mais a eficácia da nova adoção de equipamentos. Portanto, mesmo que a Argentina avance na modernização de sua frota com veículos mais sofisticados, a verdadeira eficácia dessa mudança dependerá de um financiamento sustentável e de políticas de apoio ao pessoal militar.

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